O verdadeiro guerreiro não é aquele que nunca cai, e sim aquele que sempre se levanta...

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Lenda - Cartuchos from hell...


Loira morre num banheiro de escola e passa a assombrar frequentadores; Homem sai com prostituta, acorda numa banheira de gelo e descobre que teve o rim removido; Falso palhaço sequestra crianças para vender seus órgãos... Creio que você deve conhecer inúmeras lendas urbanas como essas, que mais parecem ter saído de um filme B de terror. Por mais que as pessoas ...fiquem vacinadas com essas lorotas, sempre tem alguém que inventa uma dessas e deixa os mais inocentes com medo. E o pior é que teve gente envolvendo games nessas maluquices!Trouxe para vocês duas histórias "assustadoras" envolvendo jogos clássicos, mas se você conhece outras, poste nos comentários, quem sabe posso fazer um "volume dois" desse post? Bem, veja abaixo duas lendas macabras, SE TIVER CORAGEM

1ª lenda: O cartucho amaldiçoado de Majora's Mask

Matt, um jovem americano dono de um N64, foi à uma feira de garagem em busca de um novo jogo, e leva para casa um cartucho cinza, com a palavra "Majora" escrita a caneta. Segundo o que soube, o cartucho pertencia a um jovem chamado Ben, que havia morrido afogado há anos, no mesmo dia de seu aniversário. Havia nele um save com o nome "BEN", que Matt decidiu manter como homenagem ao antigo dono, porém no seu save todos os NPCs não o chamavam pelo nome que escolheu. Eles o chamavam de BEN.

Achando que aquilo devia ser algum conflito causado pelo save BEN, Matt o deletou, porém no lugar de seu nome agora aparecia um espaço em branco. Matt continuou jogando, até ficar sabendo de um glitch que paralizaria o relógio, conhecido como "Day Four". Após o glitch, porém, coisas estranhas aconteceram, como ele ser perseguido por bonecos em forma de Link (como os criados com a canção Elegy of Emptiness) ou textos alusivos ao falecido dono do jogo (como a frase "BEN is getting lonely"). Tudo indicava que a alma de Ben estava presa no cartucho, e mesmo após Matt queimá-lo ele ainda sentia a presença do falecido! Se você quer saber de toda a história de Matt e Ben, sugiro que leia esta matéria, publicada no MEDO B.






 
A verdade

Em primeiro lugar, Matt gravava tudo o que jogava, como os vídeos que estão na matéria que linkei acima dão a entender. Acontece que Matt jogou a versão em cartucho, e pelo que sei não dá pra conectar um N64 num PC, e um trecho da estória fala claramente num "pendrive com a conta dele no Youtube e o último vídeo que ele gravou". Logo, se Matt gravava seu jogo ele ou usava um gravador de DVD (que eu duvido que tenha entrada de RF, usada pelo console para conectar-se à TV) ou usou um videocassete, bem mais fácil de conectar ao console. Se ele usou um vídeo, como se explica a QUALIDADE das imagens? Quando se digitaliza uma gravação em vídeo, há uma queda perceptível mesmo se a gravação for boa, pois a melhor resolução do VHS nem chega perto da de um monitor de computador. Será que Matt gravava tudo em DVD e ripava os discos pra guardar no micro? Será que ele tinha um micro com PCTV (nem tão acessível assim na época em que a lenda surgiu) e jogava com o N64 ligado ao PC, que gravava tudo?

Duvido muito que ele teria tido tanto trabalho. O mais provável é que os vídeos da suposta interferência de Ben foram feitos com emulador usando cheats e editados para parecerem reais. Mas, para mim, a pá de cal dessa lenda vem com o vídeo abaixo, o terceiro supostamente gravado por Matt:

Esse fantasma do Ben deve ser poderoso, pra conseguir alterar os dados de um cartucho de N64 e incluir nele dados que nunca estiveram gravados. Afinal, os lugares onde Link aparece no vídeo entre os tempos de 3:28 e 4:30 jamais estiveram gravados no cartucho: eles fazem parte de Ocarina of Time! É verdade que a engine dos dois jogos é a mesma, porém a única coisa além de Link a aparecer nos dois jogos é o som do sino (que em Ocarina só toca no final dos créditos). Ou o tal Ben manjava e muito de programação antes de morrer ou o cara que fez o vídeo forçou a barra pra gente acreditar em sua lorota. Pode até ser que você acredite em fantasmas, mas eu acho que nenhum ia acabar em Termina como essa lenda quis nos fazer acreditar.

2ª lenda: O hack macabro de Pokemon Red e a maldição de Lavender

 Essa lenda fala de um hack do jogo Pokemon Red chamado Pokemon Black. De início, parecia apenas adicionar ao seu grupo o pokemon Ghost, inspirado nos pokemons-fantasmas do cemitério de Lavender. Nesse hack, Ghost possui um golpe devastador chamado Curse, que torna o game fácil mas, após a derrota da Elite 4, demonstra consequências aterrorizantes. Veja abaixo uma tradução da história ilustrada por supostos screenshots desse hack:



isso te dá arrepios, não? Baseados nessa estória, pessoas começaram a achar que havia algo de macabro na música de Lavender (a que toca no vídeo acima). Surgiu até um boato de um cara que teria descoberto algo, mas morreu logo depois, de forma misteriosa. Ele teria analizado o som com um programa especial e chegou ao resultado abaixo. Se você não tem paciência pra ver o vídeo todo, acelere até 8:45... e prepare-se para levar um susto! 
Daí para surgirem estórias de gente que se suicidou jogando Pokemon, foi um pulo! Teve até quem defendesse que a música continha uma mensagem subliminar que induziria o jogador a se suicidar. É verdade que os monstros de bolso já haviam causado problemas, mas eles nunca mataram ninguém.

A verdade


No dia 16 de Dezembro de 1997, a transmissão do 38º episódio do anime Pokemon no Japão gerou um efeito sem precedentes: cerca de 685 crianças que assistiam ao desenho tiveram dor de cabeça, tontura e náuseas. Os médicos constataram que se tratava de um tipo de epilepsia causada por luz, mais precisamente pelo efeito visual aplicado durante um golpe do Pikachu no desenho. O episódio jamais foi transmitido novamente em nenhum lugar do mundo.

Depois do "Shock Pokemon" (como o episódio acima foi denominado), várias pessoas passaram a se perguntar se a "pokemania" era saudável. A lenda da maldição da música de Lavender pode ter sido criada pelos que achavam que a turma do Pikachu era "do mal". Porém, no que diz respeito ao jogo em que o Ghost amaldiçoa todo mundo, existe algo que prova que o tal hack provavelmente jamais existiu:

Fazer um hack é relativamente fácil: Primeiro você pega um cartucho e o "ripa" para seu computador, gerando uma ROM. Depois, pega essa ROM e modifica usando algum tipo de editor hexadecimal (ou faz a edição hexadecimal você mesmo, na raça). Isso gera uma segunda ROM, modificação da primeira. Agora é só transformar essa ROM num novo cartucho, usando um processo inverso ao de "ripar" o cartucho original. Ou seja, criar um cartucho hackeado gera, impreterivelmente, uma ROM hackeada.

É aí que eu pergunto: CADÊ A ROM DESSE POKEMON BLACK? Ao que tudo indica ela não existe, caso contrário já estaria disponível para download numa dúzia de sites. Só achei um hack de Pokemon Red com esse nome: trata-se da Special Palace Edition, que nem chega perto da ROM dessa lenda. Ora, sem ROM, sem cartucho, logo nada de Ghost amaldiçoando o jogador. Até houve um projeto chamdo Super Creepy Pokemon, que visava criar uma ROM baseada nessa lenda, mas ao que tudo indica os romhackers que a criariam abandonaram o barco.

Sendo assim, relaxe! Você jamais será amaldiçoado pelo Ghost. Mas a musiquinha de Lavender ainda dá nos nervos!  

Nenhum comentário:

Postar um comentário